terça-feira, 14 de junho de 2011

A crise que até agora mais nós abalou

   No dia 17/04/2011 domingão á noite fomos dormir, estava tudo tranquilo como a maioria das nossas noites e claro cada um no seu quarto, o Ma desde sempre dorme no quartinho dele e muito recentemente a Eduarda esta dormindo no quarto dela também. Bom mais uma noite aparentemente tranquila e lá pelas tantas da manhã a Eduarda veio ao nosso quarto como a maioria das noites querendo fazer ninho na nossa cama (risos) e como todas as vezes eu a mandei embora e ela foi. Não demorou muito ela voltou e eu muito cansada disse para ficar e a mesma entrou no meio do pai e eu. De repente algo me acorda e lá estava minha filha em crise e no estado em que ela estava calculamos que ela estivesse em crise a pelo menos uns 40 minutos, as crises delas são muito silenciosas. Acordei o Diego e isso era umas 5:30 da manhã, nos vestimos de qualquer jeito, arrancamos o Mateus do berço e voamos para o hospital.
  Nossa filha estava em crise convulsiva e lá estávamos nós mais uma vez desesperados e ansiosos para vê-la bem novamente. Foram apenas duas horas e meia de crise, quer dizer “apenas” porque a maioria delas costumam ser mais longas e essa foi uma das mais rápidas até então. Ela voltou da crise e ficou bem. Descobrimos nela uma sinusite e ela ficou internada por uma semana, mas o duro mesmo foram às recomendações médicas. Uma delas era nunca mais deixá-la dormir sozinha e isso me pareceu necessário, mas não aceitável.
  O dormir sozinha para mim era algo que ela precisava, acredito que todos precisam de espaço, intimidade, ter um cantinho só nosso e com a minha filha não queria que fosse diferente. Ela vai crescer, virar uma mulher e dormir comigo ou com o pai? Mas não poderia a deixar dormir sozinha e correr o risco de nunca mais vê-la acordar, e então tive que aceitar o fato de NUNCA mais deixa-la dormir só. Pensamos em algumas tecnologias para nos ajudar, por exemplo, a babá eletrônica não nos ajudaria porque a Duda não faz barulho durante as crises e pensamos em outras, mas também não vimos vantagens. Bom, nada como dormir com ela e estarmos certos de que “tudo” ficara bem assim.
  Neste meio tempo o Mateus estava gripadinho há quase um mês, sem falar na loucura que foi esta internação da Duda porque eu e o Diego estávamos sozinhos e ele tinha que ficar com o Ma de manhã e só poderia trabalhar o período em que ele estava na escola, nem preciso falar o quanto foi difícil conciliarmos tudo. Passamos a Páscoa no hospital e mais uma vez meus filhos comemoraram uma data que as crianças gostam no hospital, ganharam chocolates e até falaram ao telefone com o coelhinho da páscoa, mas tudo dentro de um quarto trancados. 
  O Mateus ainda estava muito ruim, evei ele na urgência do hospital em que a Duda estava internada 3 vezes até que diagnosticaram pneumonia e passaram antibiótico para tratarmos em casa. A Eduarda teve alta na segunda seguinte (25/04) e a nossa rotina voltou ao normal, quer dizer estabilizou-se uma nova rotina porque a Duda não mais dormiria só.
  Eu e meu marido teríamos que nos “separar”, teríamos que revezar as noites com ela e o que até então nos pareceu simples demais virou um pesadelo. Depois que a Eduarda passou a ter crises convulsivas nossos dias eram turbulentos, temíamos a luz do dia e nossas noites eram repletas de tranquilidade. Ela nunca havia tido crises pela noite e então as noites nos eram sempre as mais agradáveis. Até que este dia chegou, ou melhor, até que esta noite chegou.
  Ela queria dormir comigo de noite e pra mim tudo bem, mas a cada movimento dela eu acordava para checar se tudo estava bem, a cada barulho, a cada suspiro mais forte, a cada silêncio muito duradouro eu acordava e o que antes era muito gostoso hoje é um verdadeiro pesadelo. Os dias foram se passando meus filhos se recuperando até que na sexta-feira (29/04) pela tarde meu telefone toca e era da escola das crianças e meu Deus, quando sei que a ligação é de lá meu coração dispara. Era a gestora dizendo que o Mateus estava com 39.8 C° de febre, eu fui busca-lo e levei para o hospital.
  A caminho do hospital tive algumas lembranças e elas me levaram ao desespero. Me lembrei que a Duda tinha mais ou menos a idade dele na sua primeira convulsão, que ela estava com febre assim como ele, que estava com diarreia igualzinho a ele e que eu a levei sozinha para o hospital assim como eu o estava levando. Ele dormiu no carro e quando se mexia eu o acordava para saber se ele estava bem, eu estava em um engarrafamento e temendo reviver o passado. Eu estava desesperada de uma maneira descontrolada porque eu não o queria com os problemas da irmã.
  A médica estranhou ele estar com febre depois de 10 dias de antibiótico e disse que achava melhor ele internar, eu estava cansada de estar no hospital e meu marido precisava trabalhar, mas tudo bem se é melhor ele internar eu aceito. Tentaram pegar a veia dele e nada, o moleque é muito ruim de veia e a febre havia abaixado e voltei na médica para saber se teria como eu tratá-lo em casa, ela disse que sim se eu tivesse alguém para aplicar injeção nele. Bingo, a madrinha dele é enfermeira e então resolvemos tratá-lo em casa com cinco dias de Rosefim (remédio que cura até meningite segundo os médicos), fomos para casa e começamos a tratá-lo.
  Aplicamos nele a primeira dose do Rosefim e na madrugada ele estava com 40.7 C° de febre e não queria ir sozinha com ele para o hospital. Disse para meu marido vir comigo e deixaríamos a Eduarda com a madrinha do Mateus, mas estávamos com medo da Eduarda passar mal na madrugada e estar sem nós. Que loucura, nós costumávamos sair e deixar as crianças à noite com pessoas que confiávamos e agora me parece que nem isso conseguimos mais fazer. Mas sozinha eu não iria de forma alguma, imagina eu estar só e algo acontecer? Chamei a madrinha dele para ir comigo a febre dele lá baixou e eu o levei para casa e ficaríamos atentos com a temperatura dele.
  Passamos o d de olho no Mateus por causa da febre e ao que tudo indicava estava com a febre controlada, mas ele ainda estava muito ruim e combinamos que se ele não melhorasse iríamos internar ele. E dito e feito, levei ele no hospital e o mesmo internou com a febre altíssima.
  Cheguei em casa e meu marido estava com uma cara de cansado e eu perguntei se ele não havia dormido. Ele disse que não aguentou dormir com a Eduarda, porque ela se mexe muito e ele sempre pensava que era uma nova crise. Eu disse para ele que eu também estava passando por isso a noite e sempre via ele vindo no quarto em que estávamos para ver se a filha estava bem se acaso eu entrasse em um sono profundo. O nosso medo era nítido, a preocupação e a falta de sono também. E agora o Mateus também era alvo da nossa preocupação, pois ele estava mantendo a febre alta. Meu marido estava dormindo com ele e preocupado com a Eduarda e eu estava dormindo com a Eduarda e preocupada com o Mateus.
  Passamos a ficar de olho no Mateus por causa da febre e ao que tudo indicava estava com a febre controlada, mas ele ainda estava muito ruim e combinamos que se ele não melhorasse iríamos internar ele. E dito e feito, levei ele no hospital e o mesmo internou com a febre altíssima.         
  Durante a internação do Mateus a Eduarda apresentou uma crise, estávamos no saguão do hospital e ela começo a virar os olhinhos e eu dizendo que não era possível isso estar acontecendo. Como assim? O Mateus esta internado e você ainda quer dar uma crise convulsiva? Vocês querem me deixar louca? E lá estava minha filha tendo uma convulsão e eu sem saber se subia para o quarto do irmão para dar o remédio dela que estava na hora ou se ficava logo no térreo para levar ela na emergência. Coloquei ela em uma cadeira de roda e subi até o apartamento do Mateus para dar-lhe o remédio e assim ter tempo de ver se a crise iria evoluir, mas Graças ao bom Deus ela ficou bem. E claro que eu continuo em frangalhos e meu marido não fala muito o que sente, mas me parece estar bem incomodado com essa nossa rotina de hospital.
  Quando desci para devolver a cadeira de rodas encontrei uma funcionária que nos conhece e ela perguntou das crianças, eu respondi “estão bem meus dois filhos problemáticos”. Que injustiça com meu filho, pobrezinho ele nunca adoece e quando acontece leva a culpa junto da irmã. Estamos tão cansados de ir ao hospital que não suportamos a ideia de que nosso filhinho precisa desses cuidados também.
  Por fim o Mateus teve alta mas, ...



ps.: Vou deixar para a próxima postagem, porque esse "MAS" definitivamente me estressa!!!! 


5 comentários:

  1. Teresa nem sei o que dizer realmente .. mais a unica certeza que tenho é que vc é iluminda guerreira e que Deus estará sempre ao seu lado .
    Vemos por ai tantas mães com crianças saudaveis e querendo desistir de tudo.. sem duvida vc é um exemplo de mulher e mãe
    beijos Fique com Deus....

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  2. Obrigado Adriana e como costumo dizer só faço o meu simples papel de mãe e dá nisso, um bom exemplo de mãe. Se todas as mães cumprissem o seu dever o mundo certamente seria diferente.
    Bjkas Dri

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  3. Tete....

    Que loucura!!!!

    Admirável a sua força!

    Bj

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  4. Guerreira... e com certeza, como já disseram, iluminada, abençoada por Deus!!! Obrigada pelo exemplo... beijooo

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  5. Eu que agradeço a todos por darem uma chance a nossa história de vida e pela oportunidade de tetarem aprender algo do que eu tento passar.
    Obrigada Lu

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